• África é o berço da humanidade e foi em África que o ser humano inventou a Matemática, o fogo, a escrita, a astronomia, o calendário, a engenharia, a medicina, a filosofia, entre diversos outros ramos da ciência e do conhecimento humano;
• Brasil é o 2º país de maior população negra do mundo, atrás somente da Nigéria;
• África é o continente que mais contribuiu para a formação do Brasil (seja na sociedade ou na cultura), portanto, para compreender a história do Brasil, é necessário conhecer a história da África;
• Descolonizar o pensamento que os povos europeus impuseram ao mundo, apagando os conhecimentos sociais, culturais, matemáticos e científicos dos povos africanos;
• Desmistificar a Matemática como uma ciência fria, abstrata e superior, mostrando que é uma prática social, descoberta e utilizada desde o• 3º maior continente em extensão territorial = 30 milhões de km²;
• Cumprir a lei 10.639/03, que insere a História da África e Cultura Afro-brasileira nos estabelecimentos de ensino públicos e particulares.
Alguns dados sobre a África:
• 3º maior continente em extensão territorial = 30 milhões de km²;
• 2º continente mais populoso do mundo = 1,2 bilhões de habitantes;
• Ocupa 20% da área continental do planeta Terra.
Países do Continente Africano: Benim
República do Benim (em português) ou Benin (em francês) é um país localizado no Golfo da Guiné, na África Ocidental. É um país estreito no sentido norte-sul (do Rio Níger ao Oceano Atlântico) e tem um litoral praticamente em linha reta com 125 km de extensão. Possui uma área de 112.622 km², mais de 12 milhões de habitantes e duas capitais: Cotonou (sede do governo e maior cidade do país) e Porto Novo (administrativa); é um dos menores países do continente africano. Faz divisas com Togo, Burkina Faso, Níger e Nigéria; a moeda é o Franco CFA, a língua oficial é o francês, seguido pelo inglês, bariba, fulani, fon, iorubá e as diversas outras línguas dos grupos étnicos. Tem aproximadamente 60 etnias, e as principais são os Fons (39%), Iorubás (12%), Gouns (12%), Baribas (12%), Adjas (10%), Peulhs (7%), Ottamaris (6,1%) e os Yoa-Lokpas (4%). Aproximadamente 10% da população são descendentes de pessoas escravizadas que retornaram do Brasil após a abolição de 1888. As crenças tradicionais são majoritárias (47,3%), seguida pelo catolicismo (24,6%), islamismo (20,4%) e outros cristãos (14,2%). A prática do vodum é bem conhecida no país e inclusive possui um feriado nacional, que é o Dia Nacional do Vodum comemorado em 10 de janeiro.
A história do país é pouco conhecida na antiguidade, e nos remetemos direto ao poderoso Reino do Daomé. Haviam outros reinos como o Bariba, Fon e Porto Novo. Muita gente confunde, já existiu o Reino do Benim mas se situava no território da atual Nigéria. O atual território do Benim, na época do Reino do Daomé, ficou conhecido como “Costa dos Escravos” devido ao grande número de pessoas traficadas para o Brasil e outros países americanos. Após o período de forte ligação com os portugueses, o país foi invadido pelos franceses na época do imperialismo chamando-se Daomé, no qual se tornou independente em 1960 sob o nome de República do Daomé e após chamando-se República Popular do Benim (1975), e depois, República do Benim (1990).
O nome Daomé (também escrita como Daomei ou Danhomey, dependendo da língua) tem origem na língua fon, uma junção de Dã + omei, significando a “terra de Dã, o vodum”. Também, pode significar “na barriga de Dan (Dan-ho-me)”; o complexo real do Reino de Daomé foi construído no túmulo de um rei rival chamado Dan.
O nome do país Benim é uma homenagem ao antigo Reino do Benim que se situava na Nigéria e hoje é o nome de uma cidade nigeriana. Esse nome foi uma criação dos portugueses que chamavam a cidade de “Ubinu”, pois conta a tradição que um herdeiro do rei português visitou a cidade a contragosto, ficando com raiva e chamando o local de Ile Ibinu, onde Ile (terra) e Ibinu (ou Ubinu, raiva) em Iorubá, significando “Terra da raiva” ou “Terra do aborrecimento e irritação”. Aportuguesando o nome Ubinu, foi chamada de Bini e depois Benim.
A economia é voltada mais para a agricultura principalmente com algodão (40% do PIB e 80% de exportação), café, coco, milho-sorgo, milho, painço, batata, batata-doce, amendoim, arroz, feijão e caju. A indústria produz e exporta alguns alimentos, manteiga de carité, madeira serrada, óleo de cozinha, tecidos de algodão, coco, óleo de palma, cerveja e o país é forte em frutos do mar. Há criação de bovinos e caprinos. Os recursos minerais são petróleo, diamantes e calcário. Devido a sua boa localização geográfica, Benim favorece atividades de transporte, comércio e turismo. O país faz parte da Organização das Nações Unidas (ONU), Organização Internacional da Francofonia, Organização para a Cooperação Islâmica, Cooperação do Atlântico Sul, Zona de Paz, União Africana, Comunidade dos Estados do Sahel-Saara, Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental, Autoridade da Bacia do Níger e Organização Africana de Produtores de Petróleo.
O turismo é forte principalmente nas cidades:
- Uidá: onde se encontra a Porta do não retorno, onde as pessoas escravizadas traficadas eram enviadas à América; e o Temple des Pythons ou Templo das Cobras, onde há um culto da serpente que é uma forma de vodum);
- Abomei: antiga capital do Daomé, onde se encontram palácios reais construídos pelo povo Fon, um poderoso império comercial e militar entre os séculos XVII e XIX, principalmente com o tráfico e comércio de pessoas escravizadas, considerado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO;
- Ganvie: cidade localizada no sul do Benim, a maior vila flutuante do continente africano com casas coloridas sobre palafitas de madeira, construídas no século XVII pelo povo Tofinu, uma espécie de quilombo para fugir do povo Fon que capturavam pessoas para o tráfico e comércio escravagista. É Patrimônio Cultural Mundial pela UNESCO.
- Porto Novo: capital administrativa do país, que possui uma mesquita com estilo barroco-brasileiro feita por pessoas que foram deportadas da escravização no Brasil após a Revolta dos Malês.
Benim e Brasil tem grande ligação devido a colonização portuguesa. Tanto beninenses quanto brasileiros migraram entre si. Nossos irmãos africanos foram traficados de forma desumana para o Brasil a partir do século XVI, e as pessoas ex-escravizadas daqui retornaram ao Benim a partir do século XIX. Lá, vivem na cidade de Ajudá e os descendentes de brasileiros e beninenses que viveram aqui são chamados de Agudás. Na arquitetura e nas culturas em geral, é nítida a presença brasileira no Benim, inclusive nas tradições como o carnaval, e a burrinha (bumba-meu-boi).
Lindas praias, rios com muitos peixes, rica fauna e flora, fortalezas, parques nacionais, centros culturais, biblioteca nacional, museus etnográficos e históricos fazem parte do país, assim como as pesquisas acadêmicas na Universidade de Benim e na Cidade Universitária de Abomey-Calavi. A cultura francesa também é forte devido ao imperialismo.
As artes são bem antigas no país e são representadas por meio de máscaras em madeira que representam espíritos e imagens das pessoas falecidas sendo utilizadas em cerimônias tradicionais. Máscaras iorubás também são bem conhecidas. Estatuetas de bronze e cerâmica, além de tapeçarias contam histórias dos reis do Daomé. A música e dança é bem difundida, e os tecidos com lindas cores e padrões variam por cada grupo étnico, assim como as vestimentas. A tradição oral é bem forte e viva. A bandeira do Benim possui as cores verde (esperança de renovação), amarelo (tesouros do país) e vermelho (coragem dos antepassados).
O futebol é um dos esportes mais populares no Benim e seus principais campeonatos são o Campeonato Beninense de Futebol e a Copa do Benim de Futebol. A Seleção Beninense de Futebol, conhecida como os Les Écureiuls (Os Esquilos), nunca participou de uma Copa do Mundo. Até 1975 era chamada de Seleção de Daomé de Futebol, mas depois ficou conhecida como Benim quando o país mudou de nome.
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Conheça a história escondida da Matemática, na qual o epistemicídio e o racismo científico camuflam e apontam como única, confinando a origem da Matemática e toda a ciência na Grécia e outros países europeus.
África é muito além do berço da humanidade, mas também da Matemática, medicina, tecnologia, astronomia, calendário, engenharia, e de diversas áreas do conhecimento humano. O livro é um mergulho aprofundado na História da Matemática no qual a sua origem e desenvolvimento é oriundo dos territórios do continente africano. Ao passo que apresenta os artefatos e fatos da história, o livro perpassa por alguns países como África do Sul, Egito, República Democrática do Congo, Líbia e Mali.
O livro “A Origem Africana da Matemática” inicia com uma elucidação sobre a Lei 10.639/03 que insere o ensino sobre África e povos afro-brasileiros nos currículos escolares, assim como uma breve teoria sobre decolonialidade, Etnomatemática e Afroetnomatemática. Apresenta a estrutura mais antiga da humanidade, oriunda da astronomia, os objetos que provam a origem e desenvolvimento da Matemática, além das primeiras universidades (todas são do continente africano) e alguns reinos e impérios africanos.
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