Pesquisando ainda sobre a Matemática no Continente Africano, encontrei um tema de origem africana e que faz parte da cultura brasileira: A Capoeira. E como dizemos que a Matemática está em todos os lugares, existe Matemática na Capoeira?
Pesquisando ainda sobre a Matemática no Continente Africano, vamos agora a uma prática ancestral que faz parte da cultura brasileira: A Capoeira. E como dizemos que a Matemática está em todos os lugares, existe Matemática na Capoeira?
Lembrando que, apesar das origens, a capoeira não surgiu no continente africano. É uma luta brasileira, na qual foi inventada por pessoas escravizadas no século XVII. A capoeira é uma luta que se diferencia das demais artes marciais pela musicalidade. Os integrantes, além de lutar e jogar, também cantam e tocam instrumentos típicos. Podemos dizer que a capoeira é uma expressão cultural brasileira que mistura arte marcial, esporte, música, cultura popular e muito conhecimento ancestral. Seus golpes são caracterizados por movimentos ágeis com chutes, rasteiras, cabeçadas, joelhadas e cotoveladas, com acrobacias em solo ou aéreas.
Na época da escravização de seres humanos oriundos do continente africano, no Brasil, essas pessoas sofriam práticas violentas em forma de castigo pelos senhores de engenho. Alguns grupos de escravizados começaram a fugir, estabelecendo assentamentos em algumas áreas, chamadas de quilombos. Para se defender dos ataques, e como as lutas eram proibidas, começaram a mesclar os golpes com os movimentos das danças oriundas de alguns países africanos, fazendo assim uma arte marcial disfarçada de dança. Muitas vezes, as lutas eram feitas em campos com pequenos arbustos, que na época eram chamados de capoeira ou capoeirão, originando o nome dessa arte marcial. Mesmo juntando dança e luta, a capoeira ficou proibida no Brasil, pois era vista como uma prática subversiva e violenta. Havia muita repressão aos praticantes dessa arte. Em 1930, Getúlio Vargas, após apresentação do mestre Bimba (um dos ícones da capoeira no Brasil), gostou, permitiu sua prática e a transformou em esporte nacional brasileiro. Em 2014, a UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), declarou a roda de capoeira como patrimônio imaterial da humanidade, reconhecendo a capoeira como luta e resistência das pessoas pretas brasileiras contra a escravização de seres humanos durante os períodos colonial e imperial no Brasil. No dia 03 de agosto, é comemorado o Dia do Capoeirista. Lembrando que o ritmo da capoeira, introduzido pelos escravizados, tem origem de uma cultura angolana, conhecida aqui como Capoeira de Angola.
Afinal, existe Matemática na Capoeira?
Como foi dito no começo deste texto, encontramos Matemática em todos os lugares. Sabemos que a Matemática está nas construções, nos objetos, roupas, calçados, em toda a ciência e tecnologia, nas artes, na música, assim também em ações que juntam espaço e tempo, como nas danças e lutas. Então, se a capoeira mescla a dança e a luta, podemos afirmar que existe Matemática na capoeira.
Na capoeira, observamos a ação dos corpos em uma projeção constante, com um espaço tridimensional, desenhando figuras geométricas que se transformam numa sequência rápida à medida que os braços e pernas dos combatentes constroem não somente numa Geometria Plana, mas também uma Geometria Espacial, para assim tentar confundir o adversário com a ocupação de todos os espaços, buscando um ponto frágil para poder aplicar um golpe certeiro e desequilibrador. Como não podia ser reconhecida pelos senhores de engenho como um instrumento de resistência, e por isso foi disfarçada de dança, a capoeira ganhou uma cadência chamada ginga, que são movimentos de pernas que formam um triângulo imaginário no chão, criando várias possibilidades para cada uma das duas posições base (direita e esquerda), de onde todos os golpes são planejados e executados, que, ao som do berimbau, o corpo se enreda num tempo e espaço que vibra e canta no corpo.
Na música cantada na abertura e encerramento da roda; nas palmas; nos toques de berimbaus, pandeiros e agogôs; a Matemática também está inserida, fazendo as marcações dos ritmos que serão propostos em todo o contexto da capoeira.
Um cilindro imaginário envolve os lutadores; as pessoas formam um círculo para assistir a luta; os chutes frontais, do tipo benção e martelo, tem uma trajetória de 180º. Na meia lua, o compasso gira 360º no eixo do corpo. Os saltos e rodopios no ar desafiam a gravidade e os limites do corpo.
A Matemática também pode ser encontrada em diversas outras expressões culturais de matriz africana, integrando mitos, religiosidade, corpo, e maneiras particulares de se relacionar com o tempo e espaço.
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Grande abraço e até a próxima!
Bibliografia
Revista Scientifc American Brasil - Edição Especial – Etnomatemática
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-surgiu-a-capoeira
http://www.suapesquisa.com/educacaoesportes/historia_da_capoeira.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Capoeira
https://nacaogrande.wordpress.com/2005/11/20/linguagem-matematica-na-capoeira/
Bibliografia
Revista Scientifc American Brasil - Edição Especial – Etnomatemática
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-surgiu-a-capoeira
http://www.suapesquisa.com/educacaoesportes/historia_da_capoeira.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Capoeira
https://nacaogrande.wordpress.com/2005/11/20/linguagem-matematica-na-capoeira/
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