Tsoro Yematatu é um antigo jogo originário da República do Zimbábue, país localizado no sul da África com área aproximada de 390 mil km² .
Tsoro Yematatu é um
antigo jogo originário da República do Zimbábue, país localizado no sul da
África com área aproximada de 390 mil km² e mais de 15 milhões de habitantes.
Sua capital é Harare, a língua oficial é o inglês, seguidos pelo shona e sindebele.
A grande maioria da população é formada por etnias de raiz bantu. Os principais
grupos étnicos são os Shonas (71% dos habitantes) e os Nedebeles (16%).
Jogo Tsoro Yematatu |
Com muitos rios, o Zimbábue possui uma das maiores reservas de água da África e exuberantes belezas naturais. O rio Zambeze abriga as famosas Cataratas Vitória (considerada uma das maiores maravilhas naturais do mundo, na divisa com Zâmbia), que formam uma cortina de água com cerca de 1.708 metros de largura e 122 metros de altura.
Cataratas Vitória |
Neste blog, temos um artigo sobre o Zimbábue , confira!
O Tsoro Yematatu é jogado pelas crianças no
Zimbábue, geralmente no chão de terra utilizando pedras, e atualmente, também tampinhas
de garrafas. O nome do jogo significa “jogo de pedra jogado com três” devido ao
país ser conhecido historicamente pelo Reino ou Grande Zimbábue. Inclusive,
Zimbábue significa “Grande Casa de Pedra”, na língua shona.
Reino do Zimbábue ou Grande Zimbábue |
Shona (ou Xona, Chona, originário de Chishona, Chixona,
ou Chichona) é um grupo de povos de língua bantu, com culturas semelhantes, e
vivem no Zimbábue, Zâmbia, África do Sul, Botsuana e Moçambique. Atualmente, o
povo Shona é dividido em alguns grupos sociais com uma população total com mais
de 18 milhões de pessoas, entre eles: Karanga ou Southern Shona, Zezuru ou
Central Shona, Korekore ou Northern Shona, Manyika ou Shona Oriental e Ndau.
Provavelmente, a palavra “shona” surgiu no
século XVII derivada da palavra “sona” (ouro) ou “sonu” (bonito). O Reino do
Zimbábue ou Grande Zimbábue (séculos XI ao XV), foi um reino com uma
arquitetura magnífica feita de pedra, conhecida como Muralha do Grande
Zimbábue, que contém um valor histórico (semelhante as Pirâmides do Egito,
Machu Picchu e a Grande Muralha da China), cultural e arqueológico, impressionantes.
O Monumento Nacional do Grande Zimbábue foi designado Patrimônio Mundial da
UNESCO em 1986. O Reino, que chegou a 20 mil habitantes, foi riquíssimo em ouro
e fez parte de uma grande e rica rede de comércio global, controlando o
comércio ao longo da costa leste da África, principalmente os minérios com os
comerciantes árabe-muçulmanos e mercadores das cidades da costa do Oceano
Índico. Então, é provável que a palavra “shona” (ouro) é devido ao Reino do
Zimbábue.
Neste blog, tem um artigo bem detalhado sobre o Reino do Zimbábue.
Os povos bantos chegaram no Zimbábue na metade do
primeiro milênio da era comum, entre os rios Zambeze e Limpopo, e trouxeram a
metalurgia, a agricultura e o pastoreio. A cultura do povo banto ainda era
resquício da Idade do Ferro, e foi contrastada na região com os povos caçadores
e coletores (o povo San, o grupo social mais antigo do planeta) do fim do
Neolítico. Com o passar do tempo, a cultura foi substituída pelas novas
sociedades principalmente nos séculos XI e XII, e entre elas, Leopard’s Kopje
(Colina do Leopardo), a mais conhecida. Assim, houve o avanço da agricultura,
metalurgia, mineração de ouro e cobre, criação de gado e as trocas comerciais.
O povo Shona é oriundo desses povos, do Reino do Zimbábue e dos Impérios
Monomotapa e Rozwi. Atualmente, o povo
Shona, vive da agricultura (amendoim, milho, feijão, abóbora, batata doce,
sorgo, entre outros), da pecuária (cabra e gado) e das artes (música e peças de
madeira, pedra, ferro, barro e cerâmica). Entre os povos Shona, a escultura não
é considerada somente como uma arte, mas como um meio de expressar os mundos
físico e espiritual, com os conhecimentos dos ancestrais, lendas, crenças e a
condição dos seres humanos. Na mineração, o povo Shona exportou muitos
produtos, principalmente ouro e cobre.
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Tsoro Yematatu
Voltando ao jogo, ele é bem semelhante ao
conhecido Jogo da Velha, onde é necessário fazer o alinhamento de 3 peças
(geralmente tampinhas de garrafas) na mesma linha vertical, horizontal ou
diagonal. Com isso, trabalha-se muito raciocínio lógico, antecipação,
estratégias, tomadas de decisões, lateralidade, etc. Na confecção do tabuleiro
é possível trabalhar com o sistema de medidas, além de diversos conceitos de
Geometria: ponto, tipos de retas, plano, tipos de ângulos, tipos de triângulos,
vértice, trapézio, figuras planas, etc. Também, é possível mostrar a história
da Geometria que se iniciou e desenvolveu na África, principalmente no Egito.
Assim como é possível apresentar o continente africano, o país Zimbábue, o
Reino do Zimbábue e o povo Shona.
O tabuleiro é feito em forma de triângulo
isósceles (possui 2 lados e 2 ângulos de mesma medida), e cada jogador(a)
utiliza 3 peças da mesma cor. A diferença entre o Tsoro Yematatu e o Shisima, é que no Tsoro pode-se pular a peça que está
na mesma linha, mas não pode capturar nenhuma peça. Outra diferença é que o
Tsoro se inicia sem nenhuma peça no tabuleiro, e no início do jogo cada
jogador(a) coloca sua peça de acordo com a estratégia a ser utilizada, mas após
todas as peças no tabuleiro, assim como no Shisima, precisa-se mexer as peças
somente na mesma linha e vence o jogo quem alinhar primeiro as 3 peças.
Quais são as regras do jogo?
1. Cada
jogador fica com 3 peças da mesma cor (diferente da cor do adversário).
Decide-se na sorte quem começa a partida.
2. O primeiro
jogador escolhe um dos locais para colocar a primeira peça. Os movimentos são
alternados. Cada jogador, na sua vez, coloca uma peça vazia do tabuleiro.
3. Ao serem
colocadas todas as seis peças, restará apenas 1 casa vazia, pode se mover para
a próxima região em linha reta.
4. Cada
jogador, na sua vez, move uma das peças para uma casa vizinha, vazia. É
permitido saltar sobre uma peça, sua ou do adversário.
5. Ganha quem
primeiro alinhar suas peças em linhas retas formadas pelos círculos do
tabuleiro.
Trabalhando com os jogos
matemáticos originários do continente africano, além do êxito nas
aprendizagens, ainda se descoloniza o currículo eurocêntrico estrutural tão
cristalizado em nosso país. Corrobora a Matemática como uma produção da
humanidade, originada e desenvolvida em África pelos nossos ancestrais, fazendo
com que os estudantes se enxerguem como sujeitos que também sabem fazer
Matemática, por meio de sua forma de calcular, de pensar, de comparar e de
medir, conforme abordado no Programa Etnomatemática, abrangendo também a
Afroetnomatemática.
Maravilhoso, irmão
ResponderExcluirEstamos junt@s! Obrigado!
Excluirmaravilosa sou aluno de uma escola o professo de matematica pediu
ResponderExcluir👋
ExcluirObrigado!
ExcluirAmei a explicação do jogo. Vou usar essas informações com os meus estudantes!
ResponderExcluirObrigado!
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