República da Tunísia é um país localizado na África do Norte, na região conhecida como Magrebe, sendo o menor país dessa região.
Tunísia significa “pernoite”, que vem da cidade de Túnis, existente desde o século IV a.C. Seu nome é associado à deusa fenícia Tanit e a um radical do idioma berbere (tns), relacionado a “passar uma noite”. Por ficar próxima de estradas sob o domínio romano, tinha o título de “mutatio”, lugar de parada ou descanso. Por muito tempo foi chamada de Regência de Túnis. Derivada da cidade de Túnis, foi acrescido do sufixo “ia”, proveniente do francês “Tunisie”.
Os habitantes nativos da Tunísia são os berberes. No decorrer dos séculos, porém, eles viram o território ser invadido por uma série de povos, como fenícios, romanos, vândalos, árabes e franceses, entre outros. Atualmente, os berberes compõem apenas 1,4% da população e a grande maioria é formada pelos árabes (96,2%).
Tunísia foi território de Cartago, a cidade mais rica do mundo entre os séculos IX e II a.C. Fundada pelos fenícios, Cartago virou um grande império com um poderoso exército, enriqueciam com as compras de ouro, prata e estanho do interior e a revenda desses produtos para outras potências do Mediterrâneo, controlando todo o comércio da região. No século IV a.C., Roma inicia uma investida contra Cartago, surgindo as Guerras Púnicas, que durou por 200 anos. A travessia dos Alpes (que separa França da Itália), comandada por Aníbal, foi uma das maiores ações estratégicas e militares de toda a Antiguidade, onde Cartago tentou invadir Roma com mais de 80 mil homens, 10 mil cavalos e 40 elefantes de guerra. Devido ao frio, a falta de alimento e ataques de grupos locais, Aníbal precisou retornar para proteger Cartago.
Na economia, Tunísia é um dos países mais desenvolvidos da África, com alto IDH e com uma das maiores rendas per capita do continente. É o maior produtor mundial de azeite de oliva no mundo. O turismo é uma grande fonte de renda e o país dispõe de importantes jazidas de petróleo, gás natural e fosfatos. Há também minas de ferro, chumbo, zinco e prata. A indústria se dedica principalmente ao refino do petróleo e do açúcar, ao processamento de itens agrícolas, do pescado e à fabricação de sal, cimento, tecidos e produtos químicos. A agricultura é prejudicada pelas secas, cultivando trigo, cevada, uva, azeitona, laranja, tâmara, tomate, legumes, girassol, entre outros. A pecuária, também prejudicada pela escassez de chuva, compreende a criação de ovinos, caprinos, bovinos, equinos, camelos e aves. A pesca é importante e está em plena expansão.
A culinária tunisiana reflete a agricultura, com destaque do trigo na forma de pão ou cuscuz, azeitonas e azeite, carne (principalmente carneiro), frutas e vegetais. O cuscuz (sêmola de trigo preparada com um guisado de carne e vegetais) é o prato nacional. Pratos doces e coloridos simbolizam feriados religiosos.
A cultura é muito diversa, devido a muitos povos de diferentes continentes que habitaram a região. O sítio arqueológico da antiga cidade de Cartago e o Anfiteatro El-Jem (um dos monumentos da época do império romano) são um dos 7 locais de patrimônio mundial encontrados na Tunísia. A diversidade também é encontrada nos museus, na música, no cinema, na literatura, na pintura, no artesanato e nos esportes. Os artistas são conhecidos pelos mosaicos de cerâmica, frequentemente utilizados na arquitetura, com uma variedade de cores e formas geométricas acentuando o ouro. Há diversos festivais nacionais e internacionais de cinema, música e teatro.
A Universidade Ez-Zitouna, fundada em Túnis no ano de 737, conhecida na época como madraça (escola superior), foi a primeira universidade do mundo (apesar do Guinness Wolrd Records considerar a Universidade Al-Karaounie, no Marrocos, também na África, a primeira do mundo, mesmo fundada em 859). Atualmente, a Universidade de Túnis é bem conceituada com alta qualidade em pesquisas. A taxa de alfabetização no país é bem alta com média de 90% da população, e a educação já foi muito bem classificada nas categorias de “qualidade do sistema educativo” e “qualidade do ensino primário” pelo Fórum Econômico Mundial.
O futebol é o esporte mais popular na Tunísia, seguido pelo handebol, vôlei, artes marciais (taekwondo, karatê e judô), atletismo e tênis. A Seleção Tunisiana de Futebol disputou 5 Copas do Mundo (1978, 1998, 2002, 2006 e 2018) e foi campeã da Copa das Nações Árabes (1963) e do Campeonato Africano das Nações (2004).
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